terça-feira, 26 de agosto de 2014

Tempos do Modo Indicativo - Pretéritos

O que passou passou, é passado. Quando os verbos expressam ações, fenômenos, estados que já aconteceram, estamos falando de passado, ou - para usar a nomenclatura mais conhecida - pretérito. 

Mas como fazemos para diferenciar algo que já aconteceu pontualmente de algo que acontecia habitualmente? Quando contamos uma história no passado, de algo que já se desenrolou, às vezes precisamos falar de algo que ocorreu ainda antes do que estamos contando... e como devemos fazer?

"Tia Hiena havia morrido e eu chorei ao ouvir o triste fim da menina [...]. Já chorara outras vezes, com a versão de mamãe, talvez ainda mais dramática. [...] Creio que disso ele não lembrava, mas achou por bem agradar ao patriotismo dos filhos e da sobrinha."
Zélia Gattai. Città di Roma. Rio de Janeiro: Record, 2000.

Tempo O que indica Exemplo de uso
Pretérito Perfeito Ação iniciada no passado e concluída no passado. “O funcionário ficou sem resposta, não discutiu mais, registrou a criança.”
Pretérito Imperfeito Ação não concluída no passado, interrompida por outra. Ação habitual no passado. Fato que ocorria no momento em que acontecia outro fato. “O menino ainda procurava a irmã, quando lembrou do depósito de bagagens.” “Nos dias de hoje, o falado chupa-cabra […], animal misterioso que matava cabras e ovelhas […].” “mamãe não abria mão de mencionar o título da criança, tia”
Pretérito Mais-que-perfeito Ação passada que aconteceu antes de outra ação, também passada. “[...] saiu de casa, satisfeito da vida, imaginando o espanto do escrivão do cartório, o primeiro a se horrorizar com o nome que ele arranjara para a filha […].”

Verbos Regulares
Tempo Acabar 1ª Conjugação Comer 2ª Conjugação Abrir 3ª Conjugação
Pretérito Perfeito acabei comi abri
acabaste comeste abriste
acabou comeu abriu
acabamos comemos abrimos
acabastes comestes abristes
acabaram comeram abriram
Pretérito Imperfeito acabava comia abria
acabavas comias abrias
acabava comia abria
acabávamos comíamos abríamos
acabáveis comíeis abríeis
acabavam comiam abriam
Pretérito Mais-que-perfeito acabara comera abrira
acabaras comeras abriras
acabara comera abrira
acabáramos comêramos abríramos
acabáreis comêreis abríreis
acabaram comeram abriram


Verbos Irregulares
Tempo Dar 1ª Conjugação Ter 2ª Conjugação Vir 3ª Conjugação
Pretérito Perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito Imperfeito dava, davas, dava, dávamos, dáveis, daram tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito Mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram


Fonte: Jornadas.port - Língua Portuguesa. Dileta Delmanto e Laiz B. de Carvalho. Editora Saraiva, 2012.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Revisão dos textos de memórias e reescrita para publicar em livro

Olá, caros alunos!

Conforme combinado, os textos escritos para concorrer à Olimpíada de Língua Portuguesa serão publicados em livro. Para isso, vamos trabalhar um pouquinho mais neles.



Vamos começar digitando-os como estão. No menu Iniciar do computador, abram um editor de texto: Libre Office Writer ou Word servem e digitem seu texto. Salvem o documento e ponham como nome o seu próprio nome e turma.

Quando terminarem, observem: repararam em alguma palavra sublinhada de vermelho? Levem o cursor até essa palavra e cliquem com o botão direito sobre a palavra marcada. Que sugestões o programa oferece? Alguma delas é aquela que vocês queriam usar? Para aceitar a sugestão, cliquem sobre ela. 

Se tiverem dúvidas, podem consultar dicionários online e verificar se a grafia da palavra empregada está correta. (aqui temos um: Aurélio Online)

Em seguida, leiam esse roteiro e revisem seu texto de acordo com ele. Se tiverem dúvidas, peçam ajuda do colega, vejam o que ele acha do texto de vocês e se dá alguma dica - troquem ideias.

Roteiro para revisão


  • O título do texto é sugestivo? Instiga o leitor?
  • O narrador usa a primeira pessoa para contar as lembranças do entrevistado? O que pode ser feito para que o texto seja relatado em primeira pessoa?
  • O texto traz palavras e expressões que situam o leitor no tempo passado? Há outros trechos em que é possível acrescentá-las?
  • O autor descreve objetos antigos, lugares que se modificaram ou já não existem?
  • O texto estabelece relações entre a narrativa do entrevistado e o lugar onde vive? O que pode ser feito para reforçar essa ligação?
  • O autor expressa em seu texto sensações, emoções e sentimentos do entrevistado? É possível encontrar no depoimento outras impressões que possam ser inseridas no texto?
  • Há no texto trechos com marcas da linguagem oral informal (“né”, “daí” etc.), que devem ser substituídos por expressões mais adequadas ao gênero em questão?
  • Os verbos no pretérito perfeito e imperfeito estão usados corretamente?
  • O texto consegue envolver o leitor? Ele desperta interesse e prende a atenção?
  • Há alguma palavra que não esteja escrita corretamente? E a pontuação está correta?


FINALIZANDOOOOO:
Certeza absoluta de que o texto está pronto para publicar? Então me envie por e-mail. Abra seu e-mail, coloque no campo "Para" kellyletrasufrgs@gmail.com, no campo "Assunto" escreva Livro de Memórias, seu nome e turma. Anexe o documento que você salvou com seu texto (geralmente tem um ícone em forma de clipe). Clique em "Enviar". Verifique se o e-mail foi enviado corretamente, olhando na pasta "Enviados"

Mas e quem ainda não tem e-mail? Pode criar um novo (guarde bem a senha). Clique AQUI!

Até a próxima!


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Verbos Irregulares - Por que não nos obedecem (com tabela de comprovação!


Falando em uma aula sobre verbos irregulares, usei a seguinte analogia:


Verbos regulares são aqueles que seguem direitinho as regras. Podemos trocar o radical de um verbo regular pelo de outro verbo regular, da mesma conjugação, que as mesmas desinências vão formar direitinho cada uma das formas verbais. Verbo regular é o tira bom, o policial correto que faz tudo como deve ser.

Verbos irregulares são aqueles que se desviam das regras ou criam as suas próprias. Eles não dão bola para o que se espera deles. Às vezes escorregam nas desinências e não raro as anomalias aparecem em seus radicais. Verbo irregular é o tira mau. Ele nem sempre segue as leis.

Mas alguns verbos são especialmente malvados... Esses verbos são os mais irregulares dos irregulares, chegando a ter mais de um radical ou tendo raízes que se seguram em apenas uma letrinha! Podemos nos revoltar com eles, mas ainda assim, eles fazem acontecer. São os mais usados, os mais abusados. Esses verbos chegam a ser bandidos, porque passam por cima das leis com tudo.

Exemplos de verbos assim são o SER e o IR. Mas por quê?

Para entender melhor a motivação histórica dessa baguncinha que os queridos SER e IR fazem na nossa tabela de conjugação - tão bonitinha! - temos que entender de onde eles vieram. E de onde? Clica aqui para saber. ;)


Mas e como faço para saber se um verbo é irregular ou não? É preciso testá-lo com as desinências regulares da sua conjugação; ou seja, ele precisa se encaixar na mesma tabela que os outros, que terminam como ele, se encaixam.




Se não conseguir lembrar bem se as formas geradas existem ou não, consultar esse Conjugador de Verbos pode ser útil! Clique abaixo!

#partiuconjugarverbos

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Oficinas 12 a 16 - Olimpíada de Língua Portuguesa

Retextualização
A produção de um novo texto com base num já existente é um processo de retextualização, que compreende operações que evidenciam como a linguagem funciona socialmente. Por isso, nessa atividade, devem ser consideradas as condições de produção, de circulação e de recepção dos textos. Quando a retextualização requer a passagem do oral para o escrito, envolve estratégias de eliminação (por exemplo, de marcas interacionais, hesitações) e inserção (por exemplo, de pontuação), substituição (por exemplo, de uma forma mais coloquial para uma mais formal), seleção, acréscimo, reordenação, reformulação e condensação (por exemplo, agrupamento de ideias).

Retextualizar é transformar o material de um texto – a entrevista – noutro texto, como é o texto de memórias literárias. Precisamos pensar nas diferenças entre a entrevista, que é o texto original, e o texto escrito, de memórias.
A primeira diferença que podemos notar é que um é texto oral e outro é texto escrito. Isso quer dizer que no texto oral temos o marcas de interação (marcas interacionais), como o “né”, “daí”, “aham”, “hum” etc. Algumas formas do dia a dia são exemplos de linguagem coloquial. Para passar esse texto para a forma escrita, devemos procurar formas mais próximas da linguagem formal. Ou seja, podemos substituir “pra”, “prum”, “deus de”, “fazê” / “estudá” por “para”, “para um”, “desde”, “fazer” e “estudar”, por exemplo. Nem tudo que é falado na entrevista aparece no texto de memórias.
O autor precisa selecionar aquilo que achar mais importante para o entendimento da história por alguém de fora, que não conhece o entrevistado; acrescentar informações, se necessário para essa finalidade. Trocar a ordem, juntar coisas ou mudar o jeito de dizer é o que faz do texto de memórias um exemplo de literatura, que é um trabalho artístico da linguagem. A mesma entrevista pode gerar textos muito diferentes, de acordo com o ponto de vista do autor, com a linguagem que ele escolher usar, com as passagens que decidir narrar. Usar a criatividade é muito importante!


Vamos recuperar o que já foi trabalhado. Lembrem-se de:
  • Retomar as informações dadas pelo entrevistado no depoimento; selecionar as histórias e os fatos mais interessantes e pitorescos;
  • Transmitir ao leitor as sensações e emoções que surgiram durante a entrevista;
  • Citar objetos e costumes de antigamente, fazendo comparações entre o passado e o presente;
  • Usar palavras e expressões que marquem o tempo passado;
  • Mostrar os sentimentos e sensações rememorados pelo entrevistado: cores, cheiros, sabores e movimentos;
  • Lançar mão de recursos literários para tornar o texto interessante.


Os textos devem ser produzidos em sala de aula. Depois de revisados, serão reescritos.