segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Oficinas 12 a 16 - Olimpíada de Língua Portuguesa

Retextualização
A produção de um novo texto com base num já existente é um processo de retextualização, que compreende operações que evidenciam como a linguagem funciona socialmente. Por isso, nessa atividade, devem ser consideradas as condições de produção, de circulação e de recepção dos textos. Quando a retextualização requer a passagem do oral para o escrito, envolve estratégias de eliminação (por exemplo, de marcas interacionais, hesitações) e inserção (por exemplo, de pontuação), substituição (por exemplo, de uma forma mais coloquial para uma mais formal), seleção, acréscimo, reordenação, reformulação e condensação (por exemplo, agrupamento de ideias).

Retextualizar é transformar o material de um texto – a entrevista – noutro texto, como é o texto de memórias literárias. Precisamos pensar nas diferenças entre a entrevista, que é o texto original, e o texto escrito, de memórias.
A primeira diferença que podemos notar é que um é texto oral e outro é texto escrito. Isso quer dizer que no texto oral temos o marcas de interação (marcas interacionais), como o “né”, “daí”, “aham”, “hum” etc. Algumas formas do dia a dia são exemplos de linguagem coloquial. Para passar esse texto para a forma escrita, devemos procurar formas mais próximas da linguagem formal. Ou seja, podemos substituir “pra”, “prum”, “deus de”, “fazê” / “estudá” por “para”, “para um”, “desde”, “fazer” e “estudar”, por exemplo. Nem tudo que é falado na entrevista aparece no texto de memórias.
O autor precisa selecionar aquilo que achar mais importante para o entendimento da história por alguém de fora, que não conhece o entrevistado; acrescentar informações, se necessário para essa finalidade. Trocar a ordem, juntar coisas ou mudar o jeito de dizer é o que faz do texto de memórias um exemplo de literatura, que é um trabalho artístico da linguagem. A mesma entrevista pode gerar textos muito diferentes, de acordo com o ponto de vista do autor, com a linguagem que ele escolher usar, com as passagens que decidir narrar. Usar a criatividade é muito importante!


Vamos recuperar o que já foi trabalhado. Lembrem-se de:
  • Retomar as informações dadas pelo entrevistado no depoimento; selecionar as histórias e os fatos mais interessantes e pitorescos;
  • Transmitir ao leitor as sensações e emoções que surgiram durante a entrevista;
  • Citar objetos e costumes de antigamente, fazendo comparações entre o passado e o presente;
  • Usar palavras e expressões que marquem o tempo passado;
  • Mostrar os sentimentos e sensações rememorados pelo entrevistado: cores, cheiros, sabores e movimentos;
  • Lançar mão de recursos literários para tornar o texto interessante.


Os textos devem ser produzidos em sala de aula. Depois de revisados, serão reescritos.

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